16° Domingo do tempo comum (Mc 6, 30-34)

A liturgia elogia a figura do bom pastor, mas o profeta Jeremias faz acusações aos pastores que traíam as esperanças do povo em nome do rei Nabucodonosor, que colocou Matatias para impor sua justiça contra o povo, usando o nome de Deus.
O dono do rebanho é Deus, os pastores são as lideranças políticas e o povo é o rebanho que Deus confiou às lideranças para que as pastoreassem com justiça. A tarefa desses pastores era, e ainda é, de não deixar se perder e nem desperdiçar o rebanho, para isso tinha que fazer uma administração séria e eficiente na qual fossem preservados o direito e a justiça como fez o rei Davi.
As lideranças foram infiéis e muitas, ainda hoje, também são. Pela boca de Jeremias, Javé põe nas lideranças políticas e religiosas a culpa pela deportação da população de Jerusalém e de muitos países pobre do mundo, principalmente do Brasil (nos dias de hoje). Mas Jeremias garante ao povo que nem tudo esta perdido. Deus mesmo vai cuidar de seu povo e lhe dará um pastor segundo o seu coração, um Messias que se chamará O SENHOR, ele é a nossa justiça.
Irmãos, Cristo deixou os pastores para continuarem a guiar o seu povo seja por prados e campinas
verdejantes, ou por vales tenebrosos. Eles são as chaves indispensáveis à vida e a missão da igreja a responsabilidade e o cuidado desses porta-vozes se faz cada dia mais exigente a todos.
Celebrar Jesus cristo é celebrar o pastoreio do fazer, não um simples pastoreio que cruza os braços e fecha os olhos diante da situação de tantos sofredores ovelhas sem pastor.
No seguimento de Jesus somos ovelhas e pastores, convocados a viver a compaixão com os pobres, sermos pastores amorosos responsáveis pela sorte, pela vida e pela felicidade dos outros.
O convite de Jesus para ir a um lugar tranquilo e descansar, será que em nossas comunidades criamos espaços para o descanso?  A vida cristã não se reduz a preceitos e devoções, ela proporciona também experiência fraterna na gratuidade no convívio alegre e fraterno. Jesus Cristo é a misericórdia de Deus que nos acompanha ao longo da vida e nos conduz a casa do pai para lá habitarmos eternamente.
Como rebanho, encontramo-nos no regaço de nosso Pastor para refazer as forças e ouvir sua palavra. Somos tocados pelo seu olhar compassivo. Sua presença amorosa se faz sentir na comunidade quando juntos celebramos o sacramento de sua palavra e da eucaristia, professando a nossa fé e suplicando desejosos que seu reino venha logo.
É na comunhão de sua aliança que nos deixamos tomar de compaixão pelos mais pobres sofridos ao nosso redor. Pela força do Espírito Santo, como bons pastores, assumindo a vida para que o mundo tenha vida e alegria.

                               Frei Raymundo Carvalho
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