Os textos canônicos nada dizem a respeito de Ana e Joaquim, pais de Maria e avó de Jesus. O que sabemos deles é pelos escritos que chamamos apócrifos.
Ana era filha de Isacar e esposa de Joaquim. Joaquim era considerado homem jovem, rico e piedoso. Tanto Ana como Joaquim pertencia à mesma tribo, Judá, sendo da estirpe do Davi, pertenciam o reinado de Davídico.
Casados já a mais ou menos 20 anos ainda não tinham filhos, isto era considerado pelos judeus uma maldição.
Naquele ano, por ocasião da festa das colheitas, Joaquim subiu ao templo para fazer suas ofertas (2° Ev. de Tiago 1,2), e Joaquim foi repreendido pelo sacerdote Isacar por ter misturado com os homens que eram pais, já que Joaquim era casado e sem filho, não podia está entre os homens que já eram pais.
Joaquim se sentiu humilhado pelas palavras do sacerdote, mas Isacar (o sacerdote) disse a ele: “pensei e rezei a Javé sobre a sua situação de exclusão”. Então Joaquim fez uma oração a Javé: “Javé que no passado tinha misericórdia dando a tantas pessoas filhos como bênçãos, peço que olhe a minha aflição e que tenha misericórdia.”
Joaquim então resolveu se retirar para uma região deserta e lá armou a sua tenda. Jejuou 40 dias e 40 noites e nesses 40 dias ele prometeu não se alimentar até que Javé o escutasse, e
que somente a sua oração seria alimento. (Ev. De Tiago 1,4)
Passaram-se cinco meses e Ana, com falta do seu marido, só vivia chorosa até que sua serva Judite a auxiliou. Então, um dia no jardim, eis que um anjo lhe surge, e diz essas palavras: “Ana, não temas. O Altíssimo decidiu que você terá um rebento (filho), e este será objeto de admiração por todos os séculos”.
No mesmo momento, um anjo (o mesmo que apareceu a Ana), teve com Joaquim nas montanhas e disse para que ele voltasse para casa, pois sua mulher iria engravidar.
Naquela noite Joaquim foi para casa e repousou com sua mulher. (Ev. Tiago 1,4)
Passado o tempo de gravidez, sem ter nenhuma complicação, Ana deu a luz no quarto mais reservado da casa. A primeira pergunta de Ana foi o sexo da criança, e a parteira disse: “Ana, deste a luz a uma filha sem mancha alguma”.
Um anjo informou aos pais o nome da criança, ela deveria se chamar Maria (que em hebraico significa “a nova criação”).
Maria, mãe de Jesus, é feliz por ver e ouvir aquilo que Ana e Joaquim não viram, mas acreditavam que tudo iria acontecer conforme o propósito de Deus.
No evangelho, Jesus afirma: “Felizes são vocês porque seus olhos veem e vossos ouvidos ouviram. Tantos profetas e justos desejaram ver e não viram, desejaram ouvir e não ouviram.”.
Frei Raymundo Brito
